Hoje fiz uma pausa no trabalho para fazer um bolinho de chocolate... :-)
Costumo fazer bastante essa receita em casa e posso afirmar que acaba num instante. O curioso da receita é que não vai fermento e fica ótima assim mesmo. Enjoy!
Thursday, April 16, 2015
Thursday, April 9, 2015
Publicação de Livros - Parte III
De
uns tempos para cá, muitas mudanças aconteceram no que se refere à publicação
de livros. Atualmente, é possível publicar um livro sem a intermediação de uma
editora. Se isso é uma tendência que veio para ficar, só o tempo dirá, mas é
fato que alguns autores têm até dispensado a editora.
Uma
das modalidades de auto-publicação são as editoras sob demanda. Como já
conversamos, são as editoras que cobram do autor para publicar. Existem várias
no mercado, cada uma com ‘pacotes’ diferentes de publicação. De fato, existem
até editoras internacionais que fazem concursos para escolher quais os melhores
livros auto-publicados. Talvez essa ainda não seja a realidade no Brasil, mas pode
ser uma questão de tempo.
Entre
os ‘pacotes’ de auto-publicação, há editoras que prometem fazer tudo, desde a
contratação do ilustrador, isbn, ficha catalográfica, editoração, revisão,
fechamento do arquivo, impressão, etc, e há aquelas que deixam a contratação do
ilustrador por conta do escritor. Há aquelas que só montam o arquivo final e
enviam para a gráfica, entregando para o autor o número de livros solicitado. E
há outras que também vendem o seu livro no site deles. Há tantas possibilidades
de editoras sob demanda atualmente, que dependendo do orçamento, o autor pode
determinar o que lhe é mais conveniente. Apesar de existirem muitas editoras
sob demanda competentes, sempre é bom procurar informações sobre a reputação e confiabilidade das
editoras, para que o ‘barato não saia caro’. Com a facilidade que a internet
proporciona, atualmente fica bem mais fácil descobrir que editoras sob demanda são
mais confiáveis. Há muitas editoras que fazem um trabalho profissional.
Inclusive, creio que a tendência, vendo o que tem acontecido nos Estados
Unidos, é que as grandes editoras tradicionais passem também a oferecer esse
tipo de serviço no futuro. Vale ressaltar que até o momento estou falando de
livros impressos, não de e-books.
Uma
outra possibilidade de publicação é o sistema de Crowdfunding. Tem sido muito
usado por escritores, nesses tempos de ‘crise editorial’. O autor começa um
projeto, divulga nas redes sociais, conversa com amigos, eles dão 30, 40 ou até
200 reais e patrocinam o projeto. Tudo antecipadamente. Para cada um o autor dá
uma 'recompensa'. Por exemplo: quem der 30 reais, receberá um livro depois que
for publicado. Quem der 35, receberá um livro autografado. Quem der 50,
receberá o livro com capa dura e seu nome será citado nos agradecimentos no
próprio livro. E assim por diante. Quanto maior o valor doado, maior a
recompensa. Esse sistema é bom para quem tem muitos seguidores, parentes,
amigos, alunos, enfim, conhecidos que gostariam de ajudar com pouco, pois no
fim o autor arrecada o que for preciso para a publicação do livro e todos os
patrocinadores recebem algo em troca. Para fazer esse sistema, porém o autor teria
que gerenciar todo o projeto: contratar o ilustrador, o diagramador, a gráfica,
isbn, e o que mais for necessário. O autor lança o seu projeto no site de
crowdfunding, e geralmente tem 60 dias para arrecadar fundos. Alguns sites que
fazem esse tipo de serviço são o kickstarter.com, indiegogo.com, entre outros.
No Brasil, creio que o mais conhecido é o Catarse.me.
Existe
ainda a possibilidade do autor montar seu livro sozinho e enviar diretamente
para a gráfica, depois vender dentro do seu círculo (parentes, escola,
associações, igreja, etc), recebendo o valor de venda diretamente de seus
clientes. A grande desvantagem é ficar com uma quantidade grande de livros
estocados, caso se esgotem suas possibilidades de venda. Há autores que tem
feito isso e, para exemplificar, vou citar um caso em que a autora decidiu não
publicar através de uma editora tradicional: apesar de grande interesse da
editora na publicação de seu livro infantil, a autora desejava ter o mesmo logo
em suas mãos, e optou por ela mesma gerenciar todo o processo. A editora lhe
havia dito que lançaria o livro somente no ano seguinte. Ela optou por não
aguardar e em menos de dois meses seu livro foi lançado. Ela tinha uma grande
rede de relacionamentos, e isso lhe possibilitou fazer o lançamento e vender
seus exemplares. Além disso, ela tem
feito oficinas de contação de histórias em escolas de sua região e continua
vendendo seus livros. Ela considerou que não valia a pena aguardar mais tempo.
Certamente ela investiu seu tempo e dinheiro, mas a realização de ter seu livro
publicado foi maior. E com a venda dos livros, pôde recuperar todo o
investimento e ainda ter lucro. Algumas pessoas preferem não aguardar e
realizar uma publicação autoral. Outras preferem aguardar e ter seu livro
publicado sob o selo de uma editora.
Às
vezes pode ficar difícil vender, caso não se conheça muita gente. Porém, nesse
caso, o autor pode fazer a quantidade que quiser. 500 na primeira impressão, e depois,
pode mandar imprimir mais 300, etc... Uma colega escritora financiou seu
próprio livro e ele acabou sendo selecionado como finalista para o prêmio
Jabuti, que é o mais importante para literatura infantil. Era o primeiro livro
dela e já foi um sucesso. Ela mesma entrou em contato com livrarias para
venderem seu livro. A auto publicação é um desafio grande, e é preciso muito
esforço ‘editorial’ para fazer seu livro acontecer. Valem os ditados: ‘quem não
é visto não é lembrado’, e ‘a propaganda é a alma do negócio’.
Há
também os concursos, como o Prêmio Barco a Vapor, o João de Barro, patrocínios/mecenatos
de Fundações Culturais municipais, etc.
Estes também são concorridos, e até nomes consagrados também costumam
participar, afinal a grande maioria dos autores tem outro emprego para
sobreviver. Ser escritor no Brasil é um desafio. Há poucos escritores infantis
que vivem dos rendimentos de seus livros. Para facilitar, há editoras que trabalham
também nesse segmento de concursos. Vale a pena pesquisar e recorrer a essa
possibilidade.
E
é claro, há a possibilidade da auto-publicação através do e-book, ou seja, o
livro digital. Já há alguns anos tenho adquirido e-books, até mesmo infantis. Dependendo
do tipo de livro, facilitam muito a nossa vida, pois não ocupam espaço em
nossas prateleiras, estão à disposição imediata, desde que haja uma conexão
internet, e são fáceis de carregar com você. É possível levar uma quantidade
enorme de livros em um Ipad, para onde quer que você vá. Já imaginou você
viajar e levar com você uma biblioteca de mais de mil livros? E você pode até
mesmo deletar aqueles que, na sua opinião, não merecem ocupar a memória do seu
dispositivo.
É
possível publicar um e-book através de sites como a Saraiva e a Amazon, por
exemplo. Os valores de direitos autorais são maiores que os de livros físicos,
pois dispensam várias etapas, como a impressão, diagramação, entre outras, além
de deixarem a cargo do autor a formatação, publicidade, isbn, ilustrações, etc.
Isso pode ser uma vantagem, como também uma desvantagem. Nesse caso, grande
parte do trabalho da editora será feito pelo autor. Algumas
desvantagens desse tipo de publicação são: esses livros não podem ser doados, nem
emprestados, e às vezes, devido à falta de conhecimento técnico do autor, podem
vir a ter uma diagramação pobre; ausência de ilustrações ou ilustrações feitas
de qualquer maneira, somente para preencher o livro; erros ortográficos e
gramaticais; etc . É uma empreitada que pode tomar muito tempo, e a qualidade
da publicação pode prejudicar um livro com ótimo conteúdo, por exemplo. A
publicidade fica a cargo do autor também.
Por
outro lado, custam muito menos, e vieram para ficar. A meu ver, ainda não
substituem alguns tipos de livros, como livros de arte, por exemplo. Se o e-book vai substituir totalmente o livro
físico, não podemos ainda prever. Porém, creio que, com o tempo, o livro físico
tornar-se-á um objeto de arte... mas posso estar errada... Tomara que eu
esteja! J
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